quarta-feira, 27 de abril de 2011

Educadores continuam acampados no prédio da Seduc em São Luís


Enquanto aguardam uma posição do governo para a retomada de negociação de seus pleitos, educadores de São Luís, em greve há quase 60 dias, continuam acampados no prédio da Secretaria de Estado de Educação (Seduc) e dizem que só saem de lá com uma definição do governo do Estado para as reivindicações apresentadas pela categoria.

O acampamento começou na noite desta terça-feira (26), depois que os trabalhadores da rede estadual de educação sentiram-se frustrados em suas expectativas de uma reunião de negociação que aconteceria nesta terça-feira, um indicativo tirado no último encontro entre os trabalhadores e representantes da Seduc, ocorrido na semana passada.

Indignados com a indisposição da governadora Roseana Sarney em negociar a pauta de reivindicações da categoria e com o corte de ponto que gerou descontos em metade dos seus salários, os educadores foram, em marcha, até a Seduc, na expectativa de que houvesse a reunião, que não aconteceu. Os educadores tentaram entrar no prédio, mas foram impedidos pelos seguranças da secretaria e coagidos com a presença de mais de vinte homens do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Os educadores passaram a noite, em vigília, nas escadarias do prédio, e pretendem permanecer no local até que haja uma sinalização favorável à categoria, por parte do governo, para a pauta de reivindicações. Os trabalhadores estão lutando pela implantação do Estatuto do Educador que garante melhorias salariais e melhores condições nas escolas públicas estaduais, assim como a implantação de uma nova tabela salarial, de acordo com a Lei do Piso.

Reunião com o Vice-governador

O ato dos professores, de acampar na Seduc, embora não tenha sido noticiado pelos grandes veículos de comunicação do Estado, teve grande repercussão em emissoras de rádio e em mídias alternativas, como as redes sociais da internet, blogs e sites.
O Sindicato dos Trabalhadores em Educação Publica do Maranhão (SINPROESEMMA) foi chamado para participar de uma reunião com o vice-governador, Washington Luís, na manhã desta quarta-feira, 27, da qual também participaram o secretário de Estado de Relações Institucionais, Rodrigo Comerciário, e o secretário adjunto de Estado de Educação, Fernando Silva.

Na reunião, a comissão de educadores e de dirigentes sindicais reafirmou a continuidade da greve e solicitou um agendamento de negociação da pauta até o fechamento de um acordo que possibilite o fim do movimento grevista. O vice-governador disse que está disposto a ajudar no que for possível para resolver o impasse, mas também disse que não depende dele a solução para encerrar a greve. Comprometeu-se em dialogar novamente com os educadores, em uma nova reunião, já marcada para as 20h de hoje (27), na Vice-Governadoria, no Palácio Henrique de La Roque.

Atos arbitrários

Além de expor mais uma vez as principais reivindicações dos trabalhadores, o presidente do sindicato, Júlio Pinheiro, expôs também ao vice-governador e aos secretários a indignação da categoria com os descontos nos salários, cortados pela metade, inclusive de professores que não aderiram ao movimento. Também questionou as medidas punitivas do governo como o impedimento da entrada dos professores nas escolas, devoluções, substituições e exonerações de trabalhadores, atos que eles consideram arbitrários e ilegais. “Em Chapadinha, houve corte de ponto de professores que voltaram para a sala de aula e já estão se articulando para retornar ao movimento grevista”, informou o presidente.

O vice-governador admitiu que houve tensão dos dois lados e com relação aos descontos os representantes do governo informaram que, diante da necessidade de reposição de aulas, os descontos poderão ser revistos pelo governo, após o fim do movimento. “Vamos trabalhar para resolver essa questão das faltas”, assegurou o secretário Rodrigo Comerciário.

Outras imagens do acampamento


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