quarta-feira, 6 de abril de 2011

Existe justiça de fato?

Em pouco mais de uma semana, o governo do Maranhão resolveu a greve dos policiais civis, porém há mais de um mês não atende aos professores. É fácil entender essa ação, pois a maioria dos transgressores da lei vivencia essa condição por não terem oportunidade na escola; por lhes ser negado investimento em uma formação educacional sólida que lhe assegurasse um trabalho digno.
São frutos de gerações que durante décadas também foram privadas de educação de qualidade. É mais fácil para o governo ter seu braço de força ativo, isto é, suas polícias atuando; prendendo aqueles privados de desenvolvimento intelectual, lotando presídios-guilhotinas e mostrando para a população a pseudo sensação de segurança, do que investir na educação como principal meio para diminuição da criminalidade. Em países desenvolvidos, onde a educação e seus profissionais são valorizados, os índices de crimes são baixíssimos.
Ao contrário de querer cortar o ponto dos professores grevistas, o governo deveria era cumprir ordem judicial decretada pela juíza Luzia Madeiro Nepomucena na data de 22 de fevereiro do ano corrente (Processo: 5546-97.2011.8.10.0001).
O despacho da meritíssima determina a nulidade e suspensão de toda e qualquer contratação temporária de professores decorrente de processo seletivo simplificado (Edital n.º 03/2009), assim como a convocação de todos os aprovados habilitados no último concurso, abrangendo classificados e excedentes.
À revelia da determinação judicial, a Secretaria de Educação determinou para os gestores de escolas a contínua contratação temporária de professores a preço de banana, isto é, com salário menor que a metade do valor do salário de um professor nomeado.
Quem duvida é só verificar as escolas que estão furando a greve que encontrará vários contratados! Promotoria de educação existe mesmo? É autônoma ou está engessada pelo governo?
André Gustavo Silva Braga (Coheb).

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