segunda-feira, 4 de abril de 2011

Matéria da seeduc revela quem está por trás dos estudantes anti-greve

Matéria distribuída pela assessoria de comunicação da Seeduc sobre a manifestação de estudantes contra a greve dos professores, confirma a denúncia já feita pelo presidente do Sinproesemma, Júlio Pinheiro, de que o governo estaria aparelhando esses estudantes para combater o movimento dos professores.
Afinal o que leva uma assessoria de uma secretaria a produzir e distribuir matéria sobre o movimento desses estudantes ?
Tudo bem se um veículo de comunicação cubra a manifestação, mas a própria secretaria ?
E como essa assessoria sabia que haveria tal movimento, se não foi previamente avisada e preparada para dar a devida cobertura ?
Podem alegar que o movimento é de estudantes da rede pública e em um acesso de assessoria pública e voltada para a educação, a Seeduc resolveu dar visibilidade a livre manifestação desses estudantes.
Mas se a manifestação fosse favorável à greve haveria cobertura ?
O protesto anti-greve ocorreu quinta passada em frente ao sindicato, antes do início de uma passeata da categoria.
“Na verdade o que o grupo de alunos queria era tentar acuar o sindicato e foi bem orientado para isso. O governo instrumentaliza estudantes para afrontar os trabalhadores”, denunciou o presidente do sindicato, Júlio Pinheiro.
Leia abaixo a matéria distribuída pela Seeduc:
Assessoria da Seduc
Após um mês da greve do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública no Estado do Maranhão (Sinproesemma), centenas de estudantes da rede estadual foram à sede da entidade pedir que os professores voltem para as salas de aulas. Eles caminharam do Centro de Ensino Liceu Maranhense até a sede do Sindicato e, ao chegarem ao local, foram tratados de maneira hostil pelos docentes.
Primeiramente, os alunos participaram de uma assembléia geral com a presença de representantes de grêmios e entidades estudantis no Liceu Maranhense. O presidente do Grêmio da escola, João Ricardo, explicou aos demais estudantes toda a situação que gerou a greve inesperada do Sinproesemma. Ele afirmou que uma comissão de estudantes se reuniu na última segunda, 28, com a secretária estadual da Educação, Olga Simão, e ela entregou um documento que comprovava que o governo estava em plena negociação com o sindicato quando a greve foi deflagrada.
“Não há como dizer que esta greve foi por falta de negociação. Está provado que o governo queria entrar em acordo quando o Sindicato anunciou a paralisação”, afirmou João Ricardo. Ele disse ainda que os estudantes apoiam que os professores reivindiquem seus direitos, mas não concordam que para pedir melhorias ao governo, eles tenham que prejudicar os alunos.
Logo após a Assembléia, todos seguiram em direção à sede do Sinproessema, na Praia Grande. Durante a caminhada pelas ruas do Centro de São Luís, os estudantes exibiram faixas de protestos e afirmaram que lugar de professor e de alunos é na sala de aula e não nas ruas.
“Estamos aqui para defender os estudantes da rede estadual. Só queremos estudar, nada mais”, afirmou o presidente do Grêmio do Centro de Ensino Antônio Ribeiro, Antônio Sousa.
A chegada dos estudantes à sede do Sinproesemma causou desconforto aos professores que estavam na sede de Sindicato. Os docentes reagiram de maneira hostil à presença dos alunos; alguns chegaram a proferir palavras de baixo calão à classe estudantil.
A mãe de estudante da rede estadual, Eliane Lima, mostrou revolta com a greve dos professores
A mãe de um aluno da rede estadual, Eliane Lima, ficou inconformada com a forma com que o professores trataram os alunos. “Eles estão aqui porque estão sendo prejudicados. Não é justo que os professores façam pouco caso deles. Esse foi um ato de total menosprezo”, relatou ela.
Após quase uma hora de protesto dos estudantes na porta do Sinproesemma, o presidente do Sindicato, Júlio Pinheiro, apareceu para conversar com os discentes. Ele disse que há anos os professores estão entrando em greve por entender que esta é a única forma de serem escutados pelo governo.
Júlio Pinheiro afirmou ainda que o governo não queria negociar com o Sindicato, mas os estudantes apresentaram o documento, assinado por ele, que comprovava que eles estavam em plena negociação quando a greve foi anunciada. Logo em seguida, o presidente do Sindicato dos professores se retirou do local e foi vaiado pelos estudantes.
“Nos decepcionamos com as atitudes dos professores. Eles nunca foram às escolas explicar aos alunos o motivo da greve e quando viemos pedir explicações eles nos trataram dessa forma. Esse foi o maior ato de desrespeito que os professores poderiam fazer conosco”, relata a estudante do Liceu Maranhense, Ana Carolina.
Por se acharem prejudicados, os estudantes garantiram que voltarão às ruas para manifestar contra a paralisação dos professores na próxima semana. “

Nenhum comentário:

Postar um comentário