segunda-feira, 4 de junho de 2012

Próxima lição: fim da homofobia


Todo ano, o Ministério da Educação (MEC) registra, em média, 6 mil casos de homofobia na rede pública do país. A oficial da Unesco para programas de educação e saúde, Rebeca Ontero, alerta para as consequências do bullying homofóbico. Segundo a especialista, é necessário reconhecer o problema e incentivar que os alunos informem ocorrências à diretoria da instituição. "As vítimas ficam mais vulneráveis e isso pode levar ao uso de drogas, prática de sexo inseguro, automutilação e até suicídio. A opção sexual dos alunos acaba levando à expulsão e ao aumento da evasão escolar", argumenta.

Apesar dos riscos, as ações contra o preconceito no Brasil ainda são tímidas e, muitas vezes, esbarram no conservadorismo de políticos, professores, diretores, colegas de turma e familiares, bem como em questões religiosas. A Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC mantém um programa de educação inclusiva e direito à diversidade com o objetivo de apoiar a formação de gestores e educadores. Em maio de 2011, o MEC chegou a criar um kit com material didático, do programa Escola sem Homofobia, para ser distribuído para professores de 6 mil escolas públicas, mas que foi vetado pela presidente Dilma Rousseff. A abordagem do assunto em sala às vezes depende de experiências de vida dos professores.

Rebeca concorda que o trabalho pontual é um dos caminhos alternativos. Apesar de ressaltar a importância de uma política nacional, sugere o combate de forma individual pelas escolas. "O MEC precisa desenvolver diretrizes nacionais inclusivas para capacitar professores e funcionários. Contudo, vale ressaltar que as secretarias estaduais e municipais também têm autonomia. O currículo brasileiro tem flexibilidade", avalia. (ESTADO DE MINAS)

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