sexta-feira, 16 de março de 2012

Educadores ocupam o Legislativo e mostram os problemas da educação no Maranhão


No segundo dia da greve nacional, os educadores de São Luís ocuparam a Assembleia Legislativa do Maranhão, na manhã desta quinta-feira, 15. Os trabalhadores discutiram com deputados estaduais a necessidade do apoio dos parlamentares para que o Poder Público respeite direitos fundamentais à educação, como o piso salarial, a carreira dos professores e funcionários de escola e o Plano Nacional de Educação (PNE), com a garantia da aplicação de 10 % de recursos do PIB na educação.
“A Assembleia Legislativa do Maranhão é a nossa casa. Precisamos ocupar cada vez mais nosso espaço”, ressalta o presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Maranhão (Sinproesemma), Júlio Pinheiro.
Para ele, os trabalhadores precisam preencher as lacunas deixadas pelos deputados e vereadores que não priorizam a educação pública de qualidade: “A Assembleia Legislativa do Maranhão e as Câmaras Municipais são as instituições que aprovam os projetos que precisamos”.
Sobre a carreira dos trabalhadores, que é um dos pontos tratados na greve nacional, Júlio Pinheiro denuncia municípios do Maranhão que não incentivam a carreira dos professores. “Há gestores municipais que pagam um salário mínimo aos educadores desde quando entraram na rede”, destaca.
O deputado estadual Bira do Pindaré (PT) elogiou a iniciativa dos trabalhadores em educação em dedicar o segundo dia de greve para discutir com parlamentares a pauta da categoria. “Quero parabenizar pela perseverança que reforça nossa batalha, na Assembleia, pela educação”, saúda.
O parlamentar também critica o tratamento diferenciado, do governo do Estado, para escolas: “No ano em que o governo, por um lado financia escola de samba no Rio de Janeiro, por outro, fecha escolas públicas do Maranhão”.
“Este ato serve para consolidar a Assembleia como a casa do povo maranhense”, afirma o deputado estadual Rubens Pereira Júnior (PCdoB). O parlamentar denuncia a ausência do Plano Estadual de Educação no estado. “Todos os estados brasileiros têm seus planos, exceto o Maranhão”, lembra.
Para Rubens Pereira Júnior, o Plano Estadual corrigiria graves problemas, como a troca de disciplinas. “Assim como não podemos ter um mecânico fazendo cirurgia cardíaca, da mesma forma não podemos ter professores de história lecionando aulas de química”, ressalta.
O deputado Marcelo Tavares (PSB) destaca o papel da educação para o crescimento do Maranhão. “Sem educação não há mão-de-obra qualificada e sem isso não há empregos e nem desenvolvimento”, enfatiza.
As eleições de 2012 também foi outro tema debatido no encontro. O diretor de comunicação do Sinproesemma, Júlio Guterres, falou sobre o importante papel dos educadores na escolha de seus representantes políticos. “Nosso estatuto, por exemplo, vai ser votado pelos deputados estaduais, representantes que nós elegemos em 2010 para defender os nossos interesses?”, destaca.
Também participaram da mesa de debate na Assembleia Legislativa o deputado Neto Evangelista (PSDB), o diretor de Assuntos Educacionais do Sinproesemma, Odair José Santos, a diretora de Finanças do Sinproesemma e secretária da Mulher da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Hilde Rocha, entre outros representantes da educação pública municipal e estadual.
 
Próximo texto

Nenhum comentário:

Postar um comentário