sexta-feira, 9 de março de 2012

Em encontro com estudante brasileira, rainha da Inglaterra tenta se lembrar de visita ao Rio


Pensativa, a rainha da Inglaterra, Elizabeth 2ª, contempla por alguns segundos a imagem da cidade do Rio de Janeiro com o Cristo Redentor exibida na tela de uma TV e tenta se lembrar de quando esteve lá, mas em vão. "Ela parou um pouco para pensar e depois disse apenas algo como 'faz muito tempo'", conta a brasileira Maria Pia Henz Tissot, 23 anos, uma das alunas escolhidas para recepcionar a rainha em visita à universidade onde estuda, em Londres.
Também pudera: a visita da rainha ao Brasil aconteceu em 1968. E nos seus 60 anos de reinado, completados em 2012, a monarca de 85 anos já fez mais de 325 viagens ao exterior, sendo mais de 60 visitas de Estado, segundo o site oficial do Jubileu de Diamante.

Após ser apresentada à rainha, a monarca, vestindo casaco marrom claro, chapéu marrom escuro e luvas pretas, estendeu a mão e cumprimentou Maria Pia com um aperto leve. "Foi bem sutil", afirma a gaúcha, que faz mestrado no King's College. Em seguida, Elizabeth 2ª perguntou o que ela estava estudando. "Contei que a minha dissertação será sobre política externa do Brasil e ela, muito simpática e sorridente, respondeu que parecia interessante."

'Senhora frágil'

Vivendo há cinco anos em Londres, onde chegou para fazer a sua graduação em relações internacionais, Maria Pia conta que nunca imaginou que um dia veria a rainha, muito menos conversaria com ela. "Foi muito bacana conhecer alguém da importância dela. Não parecia ser a mesma pessoa da televisão ou revistas. Parecia uma senhora frágil, por causa da idade. Mas, ao mesmo tempo, é curioso, porque ela passa muita autoridade também."
O encontro ocorreu na quarta-feira (29) durante a inauguração da recém-reformada ala leste do prédio histórico da Somerset House, que passará a abrigar a faculdade de direito. Maria Pia acabou sendo escolhida por fazer parte do departamento de estudos sobre o Brasil, criado há pouco tempo na instituição.
Apesar da formalidade do evento, as instruções prévias de como se portar diante da realeza não foram muito extensas. "Recebemos um e-mail dias antes explicando que deveríamos nos posicionar em uma determinada ordem para sermos apresentados a ela, mas só isso."
E como decidir o que vestir para se encontrar com uma rainha? "Não havia muita rigidez no protocolo, apenas a indicação de usar roupa social. Até pensei em comprar um vestido, mas acabei usando um que já tinha mesmo."
Até a rainha aparecer na sala em que estava com professores e outros colegas, ela conta que se sentia tranquila, mas foi só a monarca despontar na porta que as mãos começaram a suar frio. "Acho que deve ser por isso que ela usa luvas, para não ter que apertar a mão suada de tanta gente", brinca Maria Pia. O burburinho cessou e o silêncio tomou conta do ambiente. "Até que foi descontraído, mas, quando ela deixou a sala, todo mundo correu para tomar água, porque a boca estava seca."
Apesar de não acompanhar com frequência as notícias sobre a família real, Maria Pia conta que passou a ter uma simpatia especial pela rainha. "Vê-la assim de perto foi incrível. É algo do qual nunca irei esquecer."


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