quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Estudantes chilenos acusam governo de intransigência


SANTIAGO DO CHILE, 11 AGO (ANSA) - Estudantes universitários e secundaristas chilenos acusaram o governo de intransigência por não ter apresentado na quarta-feira uma nova proposta de reformas para a educação do país, já que consideram o texto anterior "insuficiente".

Eles também se recusaram a formar uma mesa de diálogo e voltaram a defender a realização de um plebiscito para resolver a crise educacional.


"Desafiamos o governo a aceitar o plebiscito para que falem com as maiorias, desafiamos a confiar na população", declarou o vice-presidente da Federação de Estudantes do Chile (Fech), Francisco Figueroa.

O porta-voz da entidade que representa os estudantes da capital, Rodrigo Rivera, acrescentou que "é difícil estabelecer uma mesa de diálogo e trabalho, pois esta estratégia ficou no passado". "Em 2006, nossos companheiros fizeram isso e não deu em nada", disse.


Para amanhã está convocada uma jornada de mobilização nacional e, na próxima quinta-feira, haverá uma paralisação nacional com marchas, que será a prévia da greve convocada pela Central Única dos Trabalhadores (CUT) para os dias 24 e 25 de agosto.Ontem, mais de uma centena de universitários confrontaram o ex-presidente Ricardo Lagos na saída de uma palestra sobre educação em uma Universidade de Viña del Mar, pela falta de avanços na educação durante os governos do partido Concertación por la Democracia.A ação foi semelhante a que ocorreu há dois dias na frente da Fundação Dialoga, da ex-presidente Michelle Bachelet, onde um grupo de cerca de 300 estudantes pediram que ela explicasse sua postura diante do movimento.Também ontem, mais de dois mil estudantes latino-americanos, que participam do Congresso da Organização Continental Latino-Americana e Caribenha dos Estudantes (Oclae), em Montevidéu, no Uruguai, marcharam em apoio a seus colegas chilenos.O estudante Daniel Carbo, membro da Oclae, disse à emissora Telemundo que "os chilenos têm demonstrado que o sistema de educação de que tanto se vangloriam os sistemas neoliberais da América Latina não tem trazido solução". "Este sistema encareceu a educação para os setores populares e não tem permitido que estas pessoas ingressem na educação pública", destacou.Os protestos estudantis que aconteceram na terça-feira no Chile reuniram cerca de 100 mil manifestantes somente em Santiago.Hoje, o presidente chileno, Sebastián Piñera, se encontrou com um gabinete político para analisar a crise na educação.

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