domingo, 8 de maio de 2011

Greve dos educadores públicos estaduais continua




Profissionais da rede estadual de educação de São Luís decidem manter a greve que completa 70 dias nesta segunda-feira. A decisão foi tomada em assembleia realizada nesta sexta-feira (06), com participação maciça dos educadores, que lotaram o auditório do Convento das Mercês.
A categoria rejeitou a redação da proposta do governo do Estado apresentada ao Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública (SINPROESEMMA), que para eles, não assegurava compromisso com os encaminhamentos acertados em duas reuniões realizadas entre o sindicato e representantes do governo.
Nas reuniões o governo propôs uma mesa permanente para negociar avanços para a educação, como o Estatuto do Educador, mediante a suspensão da greve, e implantar o piso salarial 30 dias após a publicação do acórdão do Supremo Tribunal Federal, que julgou a constitucionalidade da Lei do piso. Diante disso, os trabalhadores pediram que o governo atendesse pelo menos cinco pontos emergenciais para que a categoria encerrasse a greve.
Além de reafirmar a cobrança do Estatuto do Educador e do pagamento do piso salarial, os trabalhadores cobraram que os professores em greve devolvidos para a Secretaria de Estado de Educação (Seduc), como punição do governo, retornassem para as suas escolas de origem; que os cortes de pontos fossem retirados; que os valores descontados nos salários fossem devolvidos aos trabalhadores; que a punição ao sindicato, com multa diária de R$ 50 mil fosse retirada, com a suspensão do processo contra a greve; e que o governo repassasse aos salários da categoria, sem reajuste há dois anos, o percentual obrigatório de reajuste anual do Fundeb, que este ano é em torno de 15%.
O governo concordou com apenas quatro dos cinco pontos, ficando pendente o reajuste salarial. O sindicato pediu que o governo apresentasse formalmente a proposta à categoria. “O documento que chegou veio defeituoso”, resumiu o presidente do sindicato, Júlio Pinheiro, para explicar que a proposta formalizada do governo não garante efetivamente nenhum compromisso.
Segundo o presidente, a flexão que os trabalhadores fizeram, cobrando do governo, nesse momento imediato, apenas cinco pontos fundamentais para encerrar o movimento grevista, diante de uma pauta de 22 reivindicações, “foi pura vontade e desejo de resolver o impasse”.
Segundo Júlio Pinheiro, no documento apresentado ao sindicato, o governo diz que irá pagar o piso salarial, mas não diz de que forma será pago; diz que vai rever, sem garantia, a questão do retorno dos professores às suas escolas de origem; diz que vai avaliar a questão dos descontos e dos cortes de ponto, mas não define datas. “Esse documento, pela sua forma e seu conteúdo, escamoteia as questões e não atende aos pleitos da categoria”.
Para os trabalhadores o documento, pela sua redação, deixa margem para que o governo não cumpra os compromissos acertados verbalmente nas reuniões. Foi para o resguardo de garantias que o SINPROESEMMA solicitou que o governo formalizasse os acordos acertados.

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